As férias estão chegando? E aí? Já sabe pra onde ir? Antes de definir o destino é preciso planejar o roteiro e se informar do local que será visitado. Quero te fazer uma proposta "das good"! Serei seu consultor de viagem para que não entre em uma roubada e nem pague mico daqui pra frente. Vamos dar dicas importantes para você levar na bagagem e ter uma boa viagem!

domingo, 22 de maio de 2011

Por dentro dos muros







Óbidos





            Saindo de Lisboa rumo ao norte, com intenção de conhecer a cidade do Porto,
o turista que pega a auto-pista A1 de longe ele avista um castelo medieval.
Imperdoável é não parar!
             Antes mesmo de entrar no castelo, já do lado de fora da grande muralha
a gente sente o cheiro de alecrim no ar. Um vendaval de odores predomina
a cena e a gente ao entrar pela porta de madeira gigantesca e, ao ver as
paredes das casas caiadas de branco, já sabe que aquele lugar é mágico.
Estou de falando de Óbidos. A 95 km de Lisboa a cidade já foi paragem de
descanso para a família real portuguesa e já recebeu em suas ruas tortuosas e
hospitaleiras a presença de Dom Pedro II, em suas viagens à Portugal.
Uma das mais bem preservadas vilas amuralhadas de Portugal, Óbidos é
ponto de parada obrigatória para quaisquer viagens em território lusitano.
As paredes de pedras , as muralhas que circundam a cidade e o Castelo de
Óbidos, tem um charme todo especial e te faz um convite ao romantismo.

È muito comum conhecer a cidade pelas muralhas. Lá do alto casais
apaixonados tem aquela sensação que o tempo parou. Se avista os telhados
e as construções que de longe te faz acreditar que a gente voltou 1000 anos
no tempo. O vento que sopra sobre da região de Leira tem um adocicado
de canela e cravo no ar. Os cheiros se misturam. Pois, em óbidos é comum
encontrar nas jardineiras das varandas dezenas de ervas usadas em chás,
molhos e pratos típicos da região.

Na primavera e no verão a cidade se enche de cor e música. Uma onda
colorida de buganviles se espalham pelos muros. Eles descem pelas paredes
e cobrem as ruelas com suas flores que desprendem dos galhos por causas
da brisa. Como num bailar rodopiante no ar é um espetáculo para aqueles que
admiram a comunhão perfeita entre natureza e história. Nesse lugar a gente
não acha que Deus existe. A gente tem certeza. Ainda mais quando nos finais
de tarde por detrás do Castelo, um multidão começa a chegar a espera do
grande Festival de Ópera. Mozart, Vivaldi e Verdi passam por lá como estrelas
cadentes enquanto, nós mortais, sorvermos suas obras em noite quentes de
luar.








Óbidos é uma cidade para se conhecer com despreocupação de tempo. Tem
que perder tempo para aguçar os sentidos. Ganha-se muito. Alguns dias, ou
mesmo, algumas horas na cidade você libera os sentidos. Você passa a ter
o prazer sem palavras do gosto dos sorvetes de creme nas tardes quentes.
Sente-se o cheiro de chão orvalhado pelas manhãs, sente o toque de flores
do campo encrustadas nos muros de pedra. Se envolve em perfumes secretos
e se embriaguia em suas lembranças. Se encanta com o lusco-fusco que
encobre a muralha e se arrepia com a o som das andorinhas e das maritacas
em contraste com uma ária de Aída de Verdi.
Descubra o prazer em forma de bem estar ao conhecer esta pequena
vila tão perto de Lisboa. O único problema, para nós brasileiros é que ela
deixa saudade. A palavra única da língua portuguesa é sentida quando nos
despedimos de Óbidos e deixamos para trás as palavras de Camões :




Quem traz à saudade a alma rendida,

a saudade busca, onde descansa,

mas o descanso dela encurta a vida.

Contudo, quem do Céu na terra alcança

poder gozar-se desta liberdade,

que mais deseja ter? Que mais o cansa?

Afirmo-te de mi esta verdade

que muitos vales vi, muitas ribeiras;

mas esta me dobrou a saudade.


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